Bloqueador de Selecao

segunda-feira, 27 de maio de 2013

SÓ POR ONTEM.


                                                                                (Volegov)
                                         
 



Só por ontem, eu fui do jeito que fui e fiz tudo o que fiz.
Nada pode mudar isto; nada muda o que passou.
Num universo em constante movimento e mudança, não nos é dada a oportunidade de reviver o passado, refazê-lo, modificá-lo, consertá-lo...

Passou! Foram escolhas, certas ou erradas; foram atitudes, heróicas ou covardes, gentis e amorosas ou desprezíveis, cheias de dores e gozos, risos e choros. São capítulos da nossa história influenciando nosso presente na medida em que trouxeram conseqüências e nos deixaram marcas e, na melhor das hipóteses, experiências.

Resta-nos a reflexão de como estamos lidando com nosso passado e a opção de como passar a lidar com ele.

_ Ficaremos aprisionados aos traumas e decepções como eternas vítimas indefesas, repetindo lamúrias, eternizando dores, frustrações, tristezas, mágoas, por tudo e todos terem sido tão duros e difíceis ou diferentes do que esperávamos?

_ Aceitaremos a prisão perpétua, sob os açoites terríveis da vergonha e da culpa, pelas dores que causamos, por não termos sido melhores do que fomos, do que nós mesmos e os outros esperavam de nós?

_ Viveremos em suspense, na expectativa de eternas fantasias se realizarem, de momentos maravilhosos voltarem, congelados que estão como uma foto antiga em nossa memória e imaginação: “ e foram felizes para sempre”?

_ Podemos também aproveitar a lembrança do que foi vivido, procurando de vez em quando fazer uma releitura, uma reavaliação de lances da nossa história, para ver que proveito, que ganho podemos trazer para nossa vida hoje. Isto faz parte do evoluir, crescer, se libertar.

“Não aceitarei que ninguém, nem mesmo eu, me retenha no passado, com ilusões ou cobranças. Repetirei a mim e aos outros: tudo isto foi Só por Ontem! Meu compromisso, minha responsabilidade com a vida é Só por Hoje!”



(Maria Tude).

quinta-feira, 23 de maio de 2013

AMAR E SOFRER.




                 Amar e Sofrer parecem coisas tão próximas que até o significado da 
                        palavra paixão tem seu entendimento perdido entre as duas.


O INIMIGO MAIOR do amor não é o ódio. O que mais o polui, inviabiliza, neutraliza e frustra é tudo aquilo que apenas parece amor. Por quê? Porque obscurece, ilude e cega a visão; e a pessoa se engana pensando que ama e, em verdade, somente deseja, se apega, se distrai com a curtição sensual, se contorce em tormentosas crises de ciúmes, se debate aflita no visgo da paixão.

Desejo de conquistar o outro, apego a ele se já o possui, interesse no que o outro tem ou representa ser, tensão erótica nutrida pelas formas sedutoras do outro… tudo isto parece tanto com amor que a pessoa, carente de discernimento, mergulha no torvelinho emocional, do qual dificilmente consegue escapar. Cuidado com aquilo que tão-somente imita o amor e se faz passar por amor.

Uma jovem, companheira de peregrinação no Sivananda Ashram, pergunta ao Swami Krishnananda: “Por que todas as vezes que eu amo acabo colhendo sofrimento?” A resposta do yogui foi pronta e certeira: “Se há sofrimento, não há amor.”

O sofrimento é uma inevitável consequência de tudo que simplesmente se assemelha ao amor; não consequência do verdadeiro Amor.

O que se tem denominado amor não passa de amor-próprio, a experiência evidencia: é fonte de dramas dolorosos. O Amor, ao contrário, é a própria felicidade. É meta sublime a ser alcançada. Como? Mediante a redução gradativa do ego, ou seja, pela humildação, que minimiza a febre do amor-próprio.


(Hermógenes, O Essencial da Vida, p. 229).


Nota: Humildação é a diminuição do ego, isto é, afastar-se do egoísmo e responsabilizar-se pelo bem estar das demais pessoas. Humildação é um conceito mais comum nas religiões transcendentais de cunho meditacionais, como por exemplo a yoga.


segunda-feira, 20 de maio de 2013

SENSIBILIDADE PARA A BELEZA.

 


Franz Kafka tinha grande sensibilidade para a beleza e assegurava que os jovens são felizes por terem mais capacidade de apreciarem o sublime.
 
Como afirma o fisósofo e psicoterapeuta Piero Ferrucci, rodear-se de beleza é uma necessidade vital para o ser humano:
 
                 Muitas pessoas têm sede e não sabem disso.  Não têm consciência
                 da  sede.  Não bebem o bastante,  e  seu  corpo  experimenta  tanta
                 necessidade de água que desidrata.  Então, elas sentem mal-estar,
                 mas não sede. O mesmo acontece com a beleza. A necessidade não
                 satisfeita   de   beleza   pode   gerar  depressão,   inquietação,  uma
                 profunda sensação de futilidade, uma  inexplicável  agressividade
                 e  diversas  patologias.  A necessidade de beleza não é reconhecida
                 em nossa sociedade,  e isso acarreta enormes males psicológicos e
                 sociais.
 
Como antídoto contra as angústias a que nos submete este mundo prosaico, podemos recorrer à beleza conservada nos museus, às canções que nos emocionam, aos bons livros e às paisagens que tocam teclas profundas da alma.
 
 
 
(Extraído do livro 'Kafka para sobrecarregados', de Allan Percy).
 
 
 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

RESISTA UM POUCO MAIS.

                                                             (Gabriel Picart)

As dores, por mais amargas, passam. Tudo passa.
A ilusão fascina, mas se desvanece.
A posse agrada, porém se transfere de mãos.
O poder apaixona, entretanto, transita de pessoa.
O prazer alegra, todavia é efêmero.
A glória terrestre exalta e desaparece.
O triunfador de hoje, passa, mais tarde, vencido.

Tudo nesta vida tem um propósito.
A dor aflige, mas também passa.
A carência aturde, porém, um dia se preenche.
A debilidade física deprime, todavia, liberta das paixões.
O silêncio que entristece, leva à meditação que felicita.
A submissão aflige, entretanto fortalece o caráter.
O fracasso que espezinha, ao mesmo tempo ensina o homem  a conquistar-se.

A situação muda, como mudam as estações. 
O verão brinca de esconde-esconde com a brisa morna, mas cede lugar ao outono, que espalha suas tintas sobre a folhagem. 
O inverno chega e, sem pedir licença, congela a brisa e derruba as folhas.
Tudo parece SEM VIDA, SEM COR, SEM PERFUME.
Será o fim? Não!
Eis que surge a primavera e estende seus tapetes multicoloridos, espalhando perfume no ar e reverdecendo novamente a paisagem.

Assim, quando as provas lhe baterem à porta, não se deixe levar pelo desejo de desistir.
Resista um pouco mais.
Resista, porque o último instante da madrugada é sempre aquele que puxa a manhã pelo braço.
Resista, porque alguém que o ama está sentado na arquibancada do tempo, torcendo muito para que você vença e ganhe o troféu que tanto deseja:  A FELICIDADE!


( Ana Claudia Saldanha Jacomo).



segunda-feira, 13 de maio de 2013

QUAL É A COR DA SUA VIDA?

                                                                       (Laura Trisot)


"A vida é um acontecimento que merece ser comemorado. 
 A cada dia, a cada instante, ela se renova generosa nos pequenos espaços. 
 A vida é miúda, feita de pequenas partes.  
 Viver é construir um mosaico, parte por parte, dia após dia. 
 A beleza de um momento unida à tristeza de outras horas passa a ocupar o mesmo 
 espaço no quadro. 
 As cores se misturam e se arquitetam em busca da harmonia tão desejada. 
 Há dias em que as cores são frias… a vida pede calma, silêncio, pausas…
 Há dias em que as cores são quentes… a vida rompe com toda forma de calma…
 Não suportaríamos permanecer em um só lado dessas possibilidades.  
 O que nos torna felizes é justamente a dinâmica que nos envolve com suas eternas 
 variações. 
 A vida é semelhante à trama dos teares. Fios se entrelaçam para construírem juntos o
 mesmo tecido. 
 A diferença das cores é que garante a beleza final do tecido… 
 Ninguém pode saber o que é a felicidade se ainda não tiver passado pela decepção. 
 Só pode saborear bem a vitória aquele que já sentiu o amargo da derrota.
 O avesso é repleto de ensinamentos, a vida também…”


  (Pe. Fábio de Melo).

quinta-feira, 9 de maio de 2013

DÁ UM TEMPO.

                                                                (Daniel Gerhartz)


   Se o teu lugar agora parece-te frio e sem atrativos
   Se não há ninguém agora que te inspire a falar ou a ouvir
   Se o vento lá fora parece não soprar a teu favor
   Se nenhuma palavra consegue agora tocar o teu coração
   Se não sentes  vontade de nada.
   Se queres simplesmente fazer nada
   Se as coisas da Terra parecem-te opacas e sem graça
   Se as coisas do Céu agora parecem-te mentiras, histórias inventadas
   Se teu corpo não quer exercícios, não quer esforços, só quer espreguiçar-se!
   Se agora nada desperta a tua vontade de crescer,
   de ir adiante, de abraçar venturas, desafios, novas metas, sonhos...
   Se para tuas perguntas não chegam respostas
   Se olhas o relógio como um inimigo cobrador...

   DÁ UM TEMPO!

   O mar não espera pelo rio, no entanto o rio chega.
   As árvores não anseiam por novas folhas, no entanto elas brotam.
   As flores não imploram por chuvas, mas as chuvas - cedo ou tarde - caem.
   Os pássaros não se preocupam com o céu, entretanto o céu lá está.
   O dia não guarda ansiedade pelo descanso da noite e ainda assim ela chega.
   A noite não se abala com a própria escuridão, 
   repousando na certeza de que o dia virá.
   A semente precisa do escuro da terra para abrir-se à luz na hora mais
   acertada.
   Deus não apressa as sementes: Ele as conhece e respeita o tempo.

   Se neste momento és semente...
   Sossega!
   Respeita-te!
   Dá um tempo!


   (Sílvia Schmidt).


                                     

segunda-feira, 6 de maio de 2013

GUERREIRO.


    Um guerreiro é simples como as pombas, e prudente como as serpentes.
    Quando se reúne para conversar, não julga o comportamento dos outros; sabe que as  
    trevas utilizam uma rede invisível para espalhar seu mal.
    Esta rede pega qualquer informação solta no ar, e a transforma na intriga e na inveja que 
    parasitam a alma humana.
    Assim, tudo que é dito a respeito de alguém sempre termina chegando aos ouvidos dos 
    inimigos desta pessoa, acrescido da carga tenebrosa de veneno e maldade.
    Por isso, quando o guerreiro fala das atitudes de seu irmão, imagina que ele está presente, 
    escutando o que diz.


     (Paulo Coelho).
     (Imagem: Marta Nael).

quinta-feira, 2 de maio de 2013

SE SOUBÉSSEMOS.


                                                                        (Caras Ionut-FineArt-Portugal)



Se soubéssemos
Quantos adeuses se escondem,
Adormecidos,
Por trás de cada 'olá',
Talvez nós não deixássemos
A vida passar, 
As pessoas irem embora
Sem nosso mais atencioso olhar...

Se soubéssemos
Que a estrada sob os pés
Pode, a qualquer momento, 
Desabar,
Talvez prestássemos mais atenção
À linda paisagem que nos cerca,
E que foi com amor, criada
Para que a possamos desfrutar!

Se soubéssemos
Que cada palavra proferida
Pode ter um imenso, enorme peso
Por sobre uma vida,
Talvez as medíssemos com cuidado
Antes de deixá-las caírem
Em ouvidos errados!

Se soubéssemos
Que tudo o que hoje vivemos
Em breve, tornar-se-há lembranças
Que, no futuro, teremos 
Para reviver em noites longas e vazias,
Talvez fôssemos mais felizes,
Quem.sabe, escolhêssemos cores mais bonitas
Para pintarmos cada dia!..

(Ana Bailune)

Quem ainda não conhece o lindo espaço desta poetisa de talento e sensibilidade não perca a oportunidade  
de fazer-lhe uma visita.  RECOMENDO :  www.ana-bailune.blogspot.com.br/


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